Colelitíase



Colelitíase (pedra na vesícula), trata-se de uma patologia causada por fatores que levam à diminuição do esvaziamento efetivo da vesícula (órgão localizado abaixo do fígado, cuja função principal é armazenar e excretar bile após alimentação, principalmente ricas em gorduras).

A bile é composta de sais biliares que são formados à base de colesterol, porém não existe relação entre níveis de colesterol no sangue ou ingesta de colesterol com formação de cálculos biliares.

Certas situações específicas podem levar à formação de cálculos como anemia falciforme, situações em que o paciente precisa ser mantido em jejum prolongado (com alimentação parenteral), pós cirurgia bariátrica (para perda de peso), e algumas outras mais raras.

Porém, na grande maioria dos casos, os pacientes desenvolvem o problema por alteração na capacidade de contração da vesícula, de causa não definida.

As pedras na vesícula são mais frequentes em mulheres, com filhos e acima do peso ideal, porém é comum a presença dessa patologia em ambos sexos, e em várias faixas etárias.

A colelitíase pode apresentar várias complicações, sendo a mais comum a cólica biliar (dor em abdome superior, principalmente à direita com irradiação para as costas), desencadeada, principalmente, após a ingesta de alimentos gordurosos.

Outra complicação frequente é a colecistite aguda (infecção da vesícula), que apesar de não acontecer exclusivamente em paciente com pedras, e muito mais comum nessa situação. O quadro clínico consiste em dores, semelhante à cólica, porém de caráter progressivo, muitas vezes associado a febre e perda de apetite.

Uma situação, não tão frequente, é a saída do cálculo da vesícula, isso pode acontecer quando as pedras são menores que 0,5 cm. Nessas situações pode ocorrer pancreatite aguda (quadro potencialmente grave, que será alvo de discussão em outro post), impactação do cálculo entre a vesícula e o intestino, impedindo a chegada da bile ao mesmo, podendo evoluir para infecção com quadro extremamente grave.

Cálculos grandes e únicos podem, após longos períodos, predispor à tumor de vesícula.

Dessa forma o tratamento para colelitíase, sempre que possível, é a colecistectomia (cirurgia para a retirada da vesícula juntos com as pedras). Claro que isso deve ser avaliado pelo médico quanto aos riscos do paciente e às condições.

A cirurgia a ser realizada pode ser por via videolaparoscópica (aceita hoje como padrão) ou convencional com incisão em abdome superior. A cirurgia por videolaparoscópica tem sempre o risco de ser abortada de "convertida" para via convencional, porém essas situações são relativamente raras e têm mais chance de ocorrer em casos de infecções presentes ou passadas.

Abaixo deixo um filme editado com 7 minutos de duração, de uma colecistectomia que realizei em 2006.





Espero ter contribuído, deixem seus comentários e suas sugestões de temas.

Muito obrigado!

Comentários

  1. eu estou com pedra na vesicula estou com 2centimetro eu quero saber é grave

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  2. Não é grave... um cálculo desse tamanho não sai facilmente da vesícula, evitando complicações como pancreatite e coledocolitíase, porém, em longo prazo, aumenta a chance de tumores de vesícula (veja bem, aumenta a chance, não causa!), assim, sempre que possível, deve-se realizar a cirurgia para evitar complicações. Converse com seu médico e ele poderá avaliar os riscos e benefícios da cirurgia em seu caso.

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  3. Boa noite!
    Sou acadêmica de enfermagem e quero saber se é possível enviar-me um e-mail com esse vídeo apresentado acima. Estou desenvolvendo um trabalho sobre Colelitíase e seria interessante apresentar esse vídeo como complemento.

    Segue e-mail: junia.marcia@hotmail.com

    Desde já, agradeço!
    Júnia M. Pereira

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